segunda-feira, 27 de julho de 2009

NÍVEIS DE HEMOGLOBINA GLICADA EM POPULAÇÕES ESPECIAIS

Em crianças e adolescentes

As metas ideais para a hemoglobina glicada (A1C) em crianças e adolescentes ainda não estão
rigidamente determinadas, diferentemente do que ocorre com os indivíduos
adultos. Com o aumento da prevalência do diabetes nos jovens
e o uso crescente da concentração de A1C como indicador do controle
da glicemia, é importante o desenvolvimento de níveis de referência e
padrões de bom controle para essa faixa etária.
No estabelecimento dos objetivos para um bom controle glicêmico nas crianças
e adolescentes, os principais aspectos que devem ser considerados são:

• Crescimento e desenvolvimento adequados.
• Baixo risco de hipoglicemia (principalmente em crianças com
menos de 8 anos de idade, quando o desenvolvimento neurológico
ainda não está completo).
• O nível de controle glicêmico na faixa pré-puberal também é
importante para prevenir o desenvolvimento futuro de complicações
crônicas do diabetes.
• Durante a puberdade, há um aumento dos níveis de A1C.

A frequência de testes de A1C na infância e na adolescência vai depender
das disponibilidades locais e do nível de controle alcançado,
podendo variar de 2 a 4 por ano. É aconselhável que se tenha, pelo
menos, uma avaliação de A1C por ano.


Em diabéticos idosos
Nos pacientes idosos, o alvo da A1C deve ser individualizado. Os idosos
em boas condições clínicas e que apresentam complicações mi-
crovasculares são os que, provavelmente, mais se beneficiariam de
um controle glicêmico intensivo. No entanto, os riscos de um controle
glicêmico intensivo, incluindo hipoglicemia, tratamentos concomitantes
múltiplos, interações entre as drogas e os seus efeitos colaterais
devem ser considerados na equação do risco-benefício.
Nos adultos idosos já fragilizados, indivíduos com esperança de vida
limitada e outros nos quais os riscos do controle glicêmico intensivo
são maiores do que os benefícios potenciais, um nível de A1C de 8%
pode ser mais apropriado.


Em gestantes com diabetes

Gestantes com diabetes apresentam risco aumentado de aborto espontâneo
e de má formação congênita fetal. A magnitude destes riscos
depende, principalmente, do grau de controle metabólico do diabetes
no período pré-concepcional e no 1º trimestre da gestação. A mulher
diabética que pretende engravidar deve ser encorajada a atingir o melhor
controle metabólico possível antes e durante a gestação. Os níveis
de A1C recomendados para minimizar tais riscos também são os menores
possíveis, não devendo ultrapassar o limite de 1% acima do valor
normal do método. Durante a gestação, a A1C não deve ser usada como
parâmetro de avaliação para eventuais alterações da conduta terapêutica
devido ao longo período necessário para que os níveis glicêmicos
alterados possam se refletir nos níveis de A1C observados. Durante a
gravidez, é muito mais importante o controle rígido dos níveis de glicemias
de jejum e pós-prandiais do que os dos níveis de A1C.


Adaptado de:
ATUALIZAÇÃO SOBRE HEMOGLOBINA GLICADA (A1C)
PARA AVALIAÇÃO DO CONTROLE
GLICÊMICO E PARA O DIAGNÓSTICO DO DIABETES:
ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes

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